João 4.43–45 (NVI)

43 Depois daqueles dois dias, ele partiu para a Galiléia. 44 (O próprio Jesus tinha afirmado que nenhum profeta tem honra em sua própria terra.) 45 Quando chegou à Galiléia, os galileus deram-lhe boas-vindas. Eles tinham visto tudo o que ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa da Páscoa, pois também haviam estado lá.

Depois de passar somente dois dias em Samaria, Jesus parte para a Galiléia, sua terra Natal e João registra que o próprio Jesus disse algo como: Os profetas não são reconhecidos em sua terra natal. Temos pelo menos duas perspectivas sobre essa afirmação dignas de serem consideradas.

A primeira é sobre Jesus ter dito isso, pois nos parece que o Mestre estava fugindo de publicidade e podemos perguntar, por quê?

A ideia de alguns estudiosos é que Jesus ainda não queria que sua identidade fosse revelada completamente. Apesar de afirmar a mulher samaritana que Ele era o Messias (João 4.26), provavelmente Jesus estava guardando essa revelação para o momento apropriado, o que vemos mais a frente na leitura dos evangelhos.

A segunda tem a ver com o que as pessoas da Galiléia pensavam e o que estava claro na afirmação de Jesus é que aquelas pessoas não o receberiam como Senhor, mas como o Jesus que conheciam desde a infância. A lembrança de seus compatriotas devia ser a mesma que os vizinhos que nos viram crescer tem de nós, pois mesmo que homens feitos, ainda nos enxergam como garotos correndo atrás da bola, fazendo barulho nas ruas da região.

Portanto, Jesus, naquela região, seria visto como o filho de José, o carpinteiro e não como quem realmente era.

Esse é um aspecto interessante de muitos que perdem a adequada referência a respeito de Jesus e o enxergam como um profeta, milagreiro, um bom homem, um mestre ou filósolo, ou até mesmo alguém muito importante na história, mas não como Senhor de todas as coisas.

Em seu hino Cristológico, Paulo nos esclarece quem Jesus é.

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. (Colossenses 1.15–17, NVI)

Saber quem Jesus é, faz toda diferença em nossa aproximação e relacionamento com Ele.

Saber que Jesus é define se nossos joelhos se dobrarão a Ele ou a outros.

Saber quem Jesus é ajusta nossa teologia e eclesiologia.

Saber quem Jesus é nos condiciona ao devido temor, mas também a alegria de tê-lo como Senhor.

Outro ponto interessante é que ao chegar na Galiléia, eles o receberam muito bem, pois haviam visto os sinais que Jesus havia feito em Jerusalém e, provavelmente, orgulhosos do conterrâneo que operava tantos milagres, aplaudiram sua chegada. Mas Jesus conhecia o coração e as intenções deste grupo que o seguia por motivações erradas. Não percebendo o real motivo do que estava acontecendo, essas pessoas queriam um Messias “para chamar de seu”, um deus que pudessem manipular para seu benefício próprio. Mas, Jesus sabe o que pensam.

João 2.23–25 (NVI) Enquanto estava em Jerusalém, na festa da Páscoa, muitos viram os sinais miraculosos que ele estava realizando e creram em seu nome. 24 Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos. 25 Não precisava que ninguém lhe desse testemunho a respeito do homem, pois ele bem sabia o que havia no homem.

O “seguir a Jesus” pode ser motivado por muitos interesses desse nosso coração enganoso.

Assim, devemos nos sondar constantemente e perceber se a motivação que no impulsiona a andar com Jesus é adequada ou interesseira.

Os sinais feitos por Ele, são sinais e não tem fim em si mesmo. Pense em uma placa que aponta para um lugar maravilhoso e especial, mas pense em uma placa decorada com luzes e enfeites que a deixem muito bonita. Aí está o perigo, chegarmos na placa e nos encantarmos tanto com ela, deixando de ir para o local para onde ela nos dirige. Assim são esses que olham somente para os sinais miraculosos feito por Jesus. Esses apontam para sua identidade e nos fazem lembrar de quem Ele é, como já dissemos acima.

Minha oração é que todos os sinais miraculosos que Jesus quiser fazer em minha vida, sejam por mim recebidos com gratidão reforçando ao meu coração enganoso quem Ele é, e que eu o siga e me ajoelhe diante Dele, até mesmo quando nenhum sinal venha a acontecer.

Hamilton Gomes