Às vezes não colhemos o que plantamos, e dai?

Às vezes, não colhemos o que plantamos, Você entende isso?

João 4.37–38 (NVI)

37 Assim é verdadeiro o ditado: ‘Um semeia, e outro colhe’. 38 Eu os enviei para colherem o que vocês não cultivaram. Outros realizaram o trabalho árduo, e vocês vieram a usufruir do trabalho deles”.

Ditados que refletiam a realidade cotidiana daquele povo eram frequentemente usados por Jesus, eis mais um deles: um cultiva, outro colhe. Depois de dizer que os samaritanos eram um campo pronto para colheita, Jesus agora enfatiza a realidade de alguém ter semeado este campo antes de seus discípulos. Os estudiosos dizem que Jesus pode ter se referido aos profetas, ou a João Batista, gente que trabalhou muito e doou sua vida para que aquele momento se tornasse real e agora, diante do sacrifício feito por outros, a colheita estava pronta.

Quando li e compreendi a narrativa de Jesus, meu pensamento foi levado para a realidade de discípulos de Jesus que estão, neste momento, semeando suas vidas no Reino.

Hoje, com a facilidade de comunicação, somos informados a respeito da doação integral feita por missionários pelo mundo a fora e entendemos um pouco o quanto é dificil semear e essa é a situação daqueles que estão em países fechados, como a Coreia do Norte e outros. Ali, nossos irmãos deixam seu trabalho, seu suor e muitas vezes seu sangue no solo que ainda precisa ser trabalhado para uma futura colheita.

Falamos poucos sobre eles. O DIP (Domingo da Igreja Perseguida) é um bom instrumento, mas sem dúvida nenhuma, podemos orar mais, ajudar mais e nos conscientizar da importância deste nobre trabalho.

Penso que um dia a colheita que Jesus disse aos discípulos irá acontecer em muitos lugares fechados às boas novas e imagino, por exemplo a China, livre para pregação do evangelho. Com certeza veremos a fala de Jesus mais uma vez se materializando.

Penso também que essa é uma dinâmica presente no Reino e que pode ser vista constantemente, um planta e outro colhe. Perceber essa dinâmica, pode colocar em nosso coração a tranquilidade para uma vida dentro do Reino, que se distancia completamente do sistema que nos cerca.

Nosso entorno prega a cada segundo que “voce merece receber por seu esforço”, ou “se esforce e você será recompensado”. É o mérito que toma conta de uma sociedade capitalista como a nossa.

Dentro das dinâmicas de trabalho, essa realidade deve ocorrer, pois ‘o trabalhador é digno do seu salário.’ (1 Timóteo 5:18 NAA). Eu escrevi “deve”, mas nem sempre é assim, né?

No Reino de Deus, as coisas funcionam de outra maneira e o imediatismo pode frustrar corações, assim, precisamos estar preparados para plantar e não colher, ou ainda colher o que não plantamos.

Em minha prática pastoral sempre acontece algo do tipo. Às vezes, aconselho, celebro casamentos ou velórios, ajudo com algum ensinamento muitas pessoas que não conheço e que não fazem parte da nossa comunidade. É assim mesmo. Não fico prestando relatórios sobre isso ao conselho da igreja, nem esperando que essas pessoas comecem a frequentar a Casa da Rocha, ou ainda que me remunerem por isso. O Reino é assim.

Precisamos viver e ensinar as pessoas que o Reino funciona na base do desinteresse, da entrega não gananciosa, sabendo que dar é melhor que receber.

Portanto, olhando para Jesus e sua entrega absoluta, sigo me lembrando que dinâmica do Reino é essa, plantar, plantar e plantar, sabendo que Deus dará a colheita. As vezes pra gente, às vezes para outros. Mas o que isso importa para um discípulo de Jesus?

Hamilton Gomes

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BÍBLIA,COTIDIANO,DESTAQUE

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Latest Comments

  1. Obrigado por essa reflexão só me faz estar mais disposta a obedecer e amar o Senhor Jesus.

  2. Oi Amiga Damaris. O privilégio sempre é meu. Obrigado por sua doação e entrega àqueles que precisam falar e agora…