2022 – Agradecimentos – Parte 2

Outro assunto para falar nesse momento de retrospectiva é sobre a “minha banda”. Legal isso… a gente enche a boca pra dizer “minha banda”, acho que é resquício adolescente… e tudo bem, é legal demais…rs

O ano foi difícil, mas surpreendentemente bacana e como todo mundo, nas mais diversas atividades, tentamos manter a coisa funcionando durante todo período da pandemia. Fizemos 4 lives, trabalhamos a gravação da música “A DOR”, e cuidamos das pessoas que estão sob nossa ação pastoral. Então, diante da grande demanda, a banda recebeu o tempo possível e chegamos em 2022.

Meio trôpegos, sem saber para onde ir, a coisa foi se encaixando.

Convites chegaram, viagens aconteceram, começamos a compor novo material e encerramos o ano com grandes apresentações. Até parece que o povo ficou com saudade da gente e aconteceu um boom de gente querendo cantar nossas músicas e assim, tocamos muito nos últimos meses do ano. Foi bem bom!

Hoje é 26/12/2022 e ontem disponibilizamos o nosso documentário no YouTube, então, depois de assistir mais uma vez e lidar com o retorno nas mídias sociais, fiquei pensando em nossa história.

Observando os comentários, percebi que as pessoas destacam algumas coisas que são bem comuns para nós, ou pelo menos para mim, como o apoio das esposas e dos filhos, ou a decisão de dizer não a uma possível mudança de rumo no começo da carreira, ou ainda os depoimentos de gente que participou da nossa caminhada e fala com tanto carinho da gente, tipo o Paulo Anhaia… Ai pensei… são muitas coisas incríveis, muita gente do bem e tudo aconteceu tão naturalmente… sem planejamento, como parte de uma jornada que em 2023 chegará aos 34 anos. Talvez, se tivéssemos pensado e desejado viver tudo isso, não teria acontecido, ou sei lá… poderíamos ficar frustrados, ou não…. Confuso? É… pode ser, mas o que quero dizer é que nós só vivemos isso! Tipo o sonho juvenil de ter uma banda e falar do amor de Jesus através do rock, era só isso que queríamos e é só isso que continuamos querendo.

Não quero jogar confete em mim mesmo, mas me assusta a possibilidade de perder essa que é a razão de tudo ter acontecido como aconteceu. Simples assim.

É legal ter mais estrutura, mais gente pra assistir nos shows, retorno financeiro, ser reconhecido pelo trabalho que se faz, viajar mais, conhecer mais gente… Tudo isso é incrível, mas de boas… não é o mais importante. Eu sei da vocação que recebemos e me dá um frio na barriga pensar em se perder disso e sei que meus amigos também pensam assim. Ou seja, fazer o que fazemos pela motivação errada, será a maior perda que poderemos viver.

Nossa música precisa continuar sendo profética e apologética.

Profética não no sentido de adivinhação, mas de denúncia. Uma coisa que a gente aprende no seminário é que menos de 2% dos textos proféticos do A.T. tem a ver com revelação do futuro e olha que a conta é pra menos. Os outros 98% tem a ver com a denúncia de que Israel estava fora dos caminhos de Deus. O artista tem essa vibe, ele sente, percebe e entende o que está acontecendo ao seu redor e usa sua arte para denunciar a injustiça, racismo, desigualdade e outras coisas. Além de falar de amor, a arte deve ser um instrumento que desperta aqueles que não percebem o que está acontecendo e aponta para caminhos melhores. A música de um cristão precisa fazer isso também, falar sobre temas que estão diante da gente e que, infelizmente, os evangélicos não querem ver, pois estão preocupados com seu próprio ventre. Transformaram Deus em um deus que os serve e resolve seus problemas. Ainda mais diante de uma liderança que em sua maioria explora e ensina um heteros evangelho, que na verdade não é evangelho.

Onde estão os cantores, bandas, escultores, cartunistas, atores, dançarinos, poetas, enfim… onde estão os cristãos que com sua arte podem abrir olhos e mudar corações?

O que vejo é, em sua maioria, gente cantando e falando o que se quer ouvir e assim perderam sua capacidade profética e apologética.

Não somos os perfeitos, nem quero receber louros, porque se fazemos a coisa assim, é por graça e somente isso, mas esse é o caminho que preferimos seguir. E ele nos limita o alcance, nos colocar no underground, nos tira da grande mídia, nos afasta dos grandes festivais onde há glamour e dinheiro, mas é isso ai… tá tudo bem, obrigado! Como disse o Zé: Vamos cair atirando!

Fecho o ano feliz demais e com a expectativa de um 2023 bem legal. Estamos preparando novo material que deve sair até o fim do primeiro semestre e estou me esforçando para colocar no ar (YouTube e streamings) tudo o que temos e que pode ser legal para quem é fã. Começamos pelo show no Prosa e Canto 2016 e temos mais algumas coisas bacanas pra subir. Tenha paciência.

Obrigado a você que continua nos ouvindo. Obrigado a equipe que trabalha com a gente. Obrigado as famílias que nos incentivam e apoiam.

E toda gratidão aquele que era, que é e que há de vir. Jesus Cristo, nosso Senhor!