João 4:6-7 (NVI)
6Havia ali o poço de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço. Isto se deu por volta do meio-dia.7Nisso veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: “Dê-me um pouco de água”.
Durante os primeiros séculos da era cristã, a discussão a respeito da natureza de Jesus foi um assunto presente nas conversas teológicas. A Cristologia, ou o estudo a respeito da pessoa de Cristo, ainda estava em seus primeiros estágios e as incertezas a respeito da humanidade e divindade do Cristo tomavam as mentes. Até que em 451 d.C. Marciano, Imperador Romano, convocou o Concílio de Calcedônia e ali aconteceu a definição que seria adotada pela Igreja.
Em Jesus se fazem presentes, de maneira completa e inseparável as naturezas divina e humana.
A natureza humana de Jesus faz D’ Ele alguém com as mesmas necessidades e limitações inerentes a qualquer outro ser humano. Por isso o texto diz que Jesus “cansado da viagem, sentou-se à beira do poço”.
Isso nos ensina que mesmo diante da mais desafiadora missão que alguém pudesse ter, Jesus percebeu seu limite humano, parou e pediu água aquela mulher samaritana. Sabemos que havia um designo divino em Jesus encontrar a mulher e isso acontece em Seu momento de exaustão e fragilidade.
Vivemos na era da performance.
Tudo ao nosso redor nos diz que devemos performar, dar resultados, conquistar, fazer, atingir, chegar lá… Essa cultura da existência pelo e para o resultado, invadiu a vida de todos nós. Nos violentamos física, emocional e psicologicamente, destruindo relações e afetos por uma vontade insana de apresentar resultados. Assim acontece nas mais diversas esferas da nossa existência e, infelizmente, inclusive na vocação ministerial.
Líderes mal-intencionados aproveitam desse movimento desequilibrado para extorquir física, emocional e psicologicamente pessoas que creem piamente que não podem parar por nada. Sentindo-se culpadas por qualquer demonstração, ainda que não propriamente, de fraqueza e limitação. Assim, a máquina de moer gente continua sendo alimentada e quando não se pode mais aproveitar, seja pelo pouco desempenho ou por uma recusa mediante o esclarecimento do que está ocorrendo, o bagaço é simplesmente jogado fora.
Jesus cansado, parou e se assentou. Só isso.
Algo quase sem importância, mas foi nesse seu tempo de descanso que pôde encontrar com a mulher e dar a ela a água que tanto precisava.
Nosso cuidado está em saber que resultados sempre terão mais a ver com a máquina da religião do que com vida com Jesus, então, se for preciso parar, que seja, pois o coração daquele que tem como comida o “fazer a vontade do Pai” sabe não apenas a hora de descansar, mas também sabe a hora de se entregar em sacrificio.
Hamilton Gomes
2 Responses
Graça e paz pastor!
Não consigo pensar em ti sem dar graças ao meu Deus o Pai e ao meu Senhor Jesus Cristo! Como fico feliz pela tua vida! Mais um trabalho sendo realizado com amor e carinho em prol de vidas para o Reino…
Que o Eterno lhe conceda sabedoria e força, além de todas as outras coisas que são necessárias para que você continue trabalhando para o Reino.
Abraço.
Obrigado pelo comentário e orações!