Lucas 6:46 – NVI

46″Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?

Deus não está escondido e para a maioria de nós, perceber sua existência não é tarefa difícil. Deus se revela ao homem, deixa rastros de sua existência, mostra suas habilidades e atributos, não sendo necessário muito esforço para encontrá-lo, por isso o Salmista diz que “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.” (Salmos 19:1 -NVI).

A revelação divina vai de encontro a uma necessidade de preenchimento interior que todo ser humano tem, pois, definitivamente, precisamos de algo para adorar, para chamar de deus, de senhor, para ocupar o espaço que temos dentro de nós.

As tentativas artificiais de obter esse preenchimento são bem conhecidas, sendo todas ineficientes e frustrantes. Não há dinheiro, fama, sexo, glória, poder, conhecimento, e nada que derive desse universo limitado de opções, que possa responder ao “mayday” interior que todos nós emitimos insistentemente.

Já disse Dostoiévski:

 “Existe no homem um vazio do tamanho de Deus.”

Por isso não devemos nos surpreender com a rápida resposta humana à Deus dizendo: Senhor, Senhor!

Mas chamar Deus de Senhor, é bem diferente de tê-lo como Senhor e essa é a repreensão que Jesus apresenta a aqueles que o seguem.

Para Jesus seus verdadeiros seguidores não são os dizem que o são, mas aqueles que fazem o que Ele diz que deve ser feito.

O problema apontado por Jesus é que a postura esquizofrênica de se dizer algo que não é acompanhado por atitudes traz a nossa vida a instabilidade de uma casa construída na areia. Isso porque a tempestade dos questionamentos a respeito da vida não respeita telhados, mas alicerces. O dia mau das dores existenciais não é suportado por aparências ou declarações, mas por consistência em obedecer ao que Jesus me ensina. Assim, o que falo deve ser compatível com o que vivo. Se digo que Jesus é meu Senhor, preciso saber o que Ele deseja de mim e baseado em suas palavras, construir minha vida.

Penso então que nos enganamos achando que declarar que somos servos de Jesus será o suficiente para sermos servos de Jesus, então pensamos que somos o que na verdade não somos e talvez por isso, tantos dentro de nossas igrejas, chamam Jesus de Senhor mas continuam procurando preencher-se com o que não serve para isso.

Não descobriram que seu buraco na alma só será preenchido quando, efetivamente, as palavras de Jesus ocuparem o centro de sua vida.

O meu desejo é que minha confissão seja seguida de obediência e reverência total às palavras daquele a quem chamo de Senhor!