Trazer o assunto “futebol” ao blog é um tanto arriscado, eu sei. Mas nada mais próprio para afastar os críticos e religiosos que não admitem que viver nesse mundo nos permite desfrutar algumas coisas saudáveis e interessante como o futebol. Aliás, já dizia aquela piada bem sem graça: Jesus falou por parábolas. (Meu corretor ortográfico não permite colocar o assento no bólas).

Mas, o que me chamou a atenção nesses dias foi que o Timão, (E.C.Corinthians Paulista) foi desclassificado da Libertadores através de erros absurdos de arbitragem. Entre algumas frases de críticos e comentaristas, ouvi que o Corinthians foi assaltado. E foi mesmo, todo mundo viu. Ah…aquela mão na bola. Pênalti e expulsão. Com certeza passaríamos de fase, mas… não deu. Bem, no domingo veio a final do Paulistão, Corinthians e Santos na Vila Belmiro.

Como bom cristão, assisti o primeiro tempo do jogo antes de sair para nossa reunião. Vi um lance em que a bola bateu na mão de um zagueiro do Corinthians. O lance foi bem diferente, e os comentaristas mesmo afirmaram que não foi pênalti, mas o que me impressionou foi minha reação. Na hora pensei: – Não foi pênalti, claro que não foi, a bola bateu na mão do zagueiro, foi muito diferente da quarta feira… ou seja, para meu time a coisa tem que ser diferente, para meu time pode mão na bola, para mim vale, para os outros não, eu posso, o outro não. Penso comigo: Bem egoísta isso né?

É, somos assim, pra gente tudo pode, tudo vale. Afinal somos diferentes, somos melhores, somos especiais.

Incrível como a sociedade em que vivemos acredita nisso. Sei que o capitalismo ainda nos parece ser o melhor sistema, haja visto o fracasso de outras maneiras de convivermos em sociedade, mas essa disputa pelo melhor lugar ao sol, essa competitividade exacerbada, essa coisa de ser o primeiro nos colocou dentro de um campeonato onde para chegar ao meu objetivo parece que posso fazer qualquer coisa.

Pensamos que se for para mim, por mim, então posso. O outro não pode, mas eu posso!!! Posso parar meu carro na vaga de deficientes ou idosos, os outros não, mas eu posso. Posso chegar atrasado, o outro nem pensar. Posso colocar o som do carro bem alto, o outro nunca. Posso incomodar os outros, mas ser incomodado, jamais. Posso ficar devendo o condomínio, mas o outro vai ver quando tiver assembleia no prédio.

Enfim, somos maus cidadãos, maus exemplos, maus discípulos de Jesus. Ele mesmo disse, quem quiser salvar a sua vida, vai perde-la e que um dos principais mandamentos é amar meu próximo com a mim mesmo. Acho que na verdade, não entendemos um dos segredos do evangelho: Mordomia. Servir, entregar, dar, fazer pelo outro, doar e deixar de ser desesperado por mim mesmo, pelos meus desejos e objetivos.

Sei que se trata de um desafio, pois vai contra nossa maneira carnal e humana de ser, mas creio ser um desafio mais tangível do que imaginamos. O Espirito Santo, através do evangelho de Jesus Cristo pode nos tornar melhores. Menos eu e mais o outro.