2019 está acabou. Foram: 12 meses, 52 semanas, 365 dias e diante do costume de dividirmos nossa vida em ciclos, final de ano é tempo de avaliação e redirecionamento e olhando para o ano que se encerra, tentamos classifica-lo como bom, médio, ruim… Saúde, dinheiro, sucesso, bem-estar e coisas assim, quando vividas, nos levam a dar boas notas ao ano que se encerra, mas doenças, dívidas, fracasso e outras situações do tipo colocam nossa nota no rodapé.
Apesar de cristãos, o jeito de avaliarmos nosso ano é quase igual ao que fazem todos os não cristãos, com a diferença em atribuirmos o sucesso à benção de Deus e que se tivemos um ano bom, louvamos ao Senhor e cremos que o próximo será melhor, como fazem os que pulam ondas, vestem branco e outras mandingas.
O fracasso, bem o fracasso pode ser, segundo o evangeliquês cotidiano, fruto do meu pecado, da ação do capeta ou ainda de Deus, que está me preparando para algo muito maior. Mas a obviedade da avaliação não deixa dúvidas que usamos o que vivemos, conquistamos, realizamos e obtivemos como valor de avaliação.
Creio que o cristão deve pensar diferente. Nada de desprezar a alegria das realizações dessa vida e nem deixar de chorar quando se deve chorar, mas há algo que o evangelho faz conosco e somente o “verdadeiro evangelho” (Gálatas 1:6 e 7) pode fazer: trocar a lente através da qual vemos o mundo e a vida!
O homem longe de Deus não tem como ver a vida como ela realmente é. Seus olhos estão cegos à realidade além da vida, do transcendente, do que não se vê. Seu julgamento será sempre baseado nesta vida, portanto, sua felicidade está aqui e nada mais. Mas o cristão, com os olhos abertos pela misericórdia e graça divinas e nunca por seus próprios méritos, sabe que há mais, muito mais a se ver e a se perceber, portanto, sua avaliação da vida, a despeito do que vive, será GRATIDÃO!
O cristão é grato, primeiro por entender que a vida nesse mundo de meus Deus é dura e difícil mesmo, um verdadeiro caos e também que não há como fugir disso. Já disse Frejat: Todo mundo é parecido, quando sente dor! E mais. Este estado de caos tem sua explicação na visão bíblica, quando nos rebelamos e escolhemos uma autonomia pobre e infeliz, nos separando do Eterno.
Se isso não é motivo de gratidão, o fato de Deus estar presente nesse caos o é. Assim, podemos dizer que se colhemos o que plantamos, mesmo assim, a bondade e amor divinos repousam sobre nós e que Deus está conosco no meio dessa vida bagunçada e sem controle.
É o que diz o Salmos 46:1 (NVI) Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.
Outra coisa que deve encher o coração do cristão de gratidão é o fato de se relacionar com um Deus que não é da ordem desse mundo, ou seja, o Deus do cristianismo é Deus e não deus. Não é fabricado, não é manipulável, não se encaixa na mente humana, se apresentando acima de tudo e de todos. Como dizem os teólogos: um deus que se explica não é Deus. Essa afirmação não é carregada de soberba, como pensam alguns, mas de temor!
Mesmo sendo esse Deus inexplicável, ele vem para nos salvar em meio ao caos.
Salmo 46:4Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o Altíssimo.5Deus nela está! Não será abalada! Deus vem em seu auxílio desde o romper da manhã.
E mais… A história está em suas mãos.
Romanos 11: 36Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas.
Ouvi do prof. Ziel Machado uma frase que sintetiza tal realidade: A cruz está vazia, mas o trono não está! Deus está no controle, escrevendo a história universal, regendo todo o cosmo para que, no dia por Ele determinado, a obra de redenção se complete, estando nossa vida dentro de tal plano divino e grandioso.
Olhar com os olhos do evangelho para a vida só pode me trazer gratidão, pois apesar de situações difíceis, entender o macro, alivia o micro.
Que sejamos gratos, pois a despeito de qualquer coisa, temos mais agradecer do que que a reclamar!
6 Responses
Excelente texto, uma ótima reflexão. Parabéns Hamilton pelo texto em que nos faz refletir.
Obrigado pelo comentário. Abraço forte
Uma reflexão repleta de coerência e sabedoria bíblica. O cristão que se pauta apenas por conquistas visíveis e terrenas é imaturo (teknon) e se frusta com certa frequência com insucessos, seja na vida profissional ou pessoal.
A maturidade (como vemos no texto acima) nos traz a certeza que a verdadeira vitória não está neste mundo, e seguiremos alegres mesmo diante das adversidades.
João 16:33 diz: “Falei essas coisas para que em mim vocês tenham paz. No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo.”
João 16:33 NAA
Obrigado pelo comentário. Grande abraço
Me fez refletir sobre o ano péssimo que tive e sobre o quão misericordioso o Senhor foi comigo.
Olá Mel, fico feliz com isso. Obrigado pelo comentário!