João 2:3 (NVI) Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.

A crise era maior do que se imagina.
O vinho, tem um lugar privilegiado na cultura judaica e um casamento judeu sem vinho é um verdadeiro desastre. Maria, convidada à festa e provável amiga do casal e das famílias envolvidas, percebe a difícil situação e apresenta o problema a Jesus.
Várias possibilidades a respeito do fato, são apresentadas por estudiosos.
Dizem que Maria conhecia a missão messiânica de Jesus e percebeu naquele momento uma conjuntura ideal de fatores para que fizesse seu primeiro sinal. Crisóstomo, pai da Igreja, e ainda outros, disseram que Jesus já havia feito algum milagre anterior e que Maria esperava que tal fato se repetisse. Outros, embarcando nesse mesmo caminho, supõe que Jesus havia feito pequenos milagres em seu círculo familiar, mas ainda não publicamente.
Mas a solicitação de Maria, por certo, não trazia em si a expectativa de um milagre, mas demonstra a atitude de uma mãe que convidada para a festa de seus amigos e percebendo a iminente crise, se vira para seu filho e compartilha o problema.
Nesse ponto, percebe-se somente uma relação obvia e natural de mãe e filho que juntos estão diante de um fato corriqueiro da vida e mediante a proximidade familiar, despretensiosamente, compartilham a situação. 

Muitos tem dificuldade de se relacionar cotidianamente com Jesus, e o fazem somente na esfera da religião, e dos compromissos dominicais em suas comunidades e igrejas locais. Assim impedem que Jesus tenha acesso ao dia a dia de sua existência e dicotomizando a vida não compartilham com o Cristo sua caminhada.
Pensam que há um lugar, uma hora, uma atmosfera especial e que somente diante de representante “especialmente ungido” é que se pode ter uma relação com Jesus. 
E ainda outros, só compartilham algo com Jesus quando, diante de um problema da vida, esperam D’ele uma solução milagrosa.
Ledo engano.
Se não se tem o Cristo encarnado para conversar, como foi o caso de Maria, é preciso saber que Ele agora está interiorizado no coração.

Jamais se deve desprezar o fato de que somos casa, morada de Deus.

Portanto aonde se vai, Ele também vai. Seja o momento vivido, o mais simples, corriqueiro ou o mais complexo e difícil, deve-se saber que andar com Jesus é compartilhar a vida com Ele, sem pretensões ou interesses, e que além de Senhor, Jesus quer ser o maior amigo, ouvinte e confidente.

Mas além da esfera mística e sobrenatural da presença de Jesus em nós, deve-se pensar na presença de Jesus entre nós e assim, desenvolver relações de confiança que permitam a confissão de pecados, o compartilhamento de frustrações da vida e ajuda mútua no caminhar cristão.

Nas relações maduras e conscientes e desinteressadas, sem dúvida, o Cristo também está presente.