João 1:29-34 (NVI)

29No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 30Este é aquele a quem eu me referi, quando disse: Vem depois de mim um homem que é superior a mim, porque já existia antes de mim. 31Eu mesmo não o conhecia, mas por isso é que vim batizando com água: para que ele viesse a ser revelado a Israel”. 32Então João deu o seguinte testemunho: “Eu vi o Espírito descer do céu como pomba e permanecer sobre ele. 33Eu não o teria reconhecido, se aquele que me enviou para batizar com água não me tivesse dito: ‘Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e permanecer, esse é o que batiza com o Espírito Santo’. 34Eu vi e testifico que este é o Filho de Deus”.

As palavras de João delimitam a grande diferença entre o que ele, profeta vocacionado a aplainar o caminho do Messias poderia fazer e o que o Cristo faz. João batizava com água, mas Jesus batiza com o Espirito Santo.

João pratica o batismo que representava o arrependimento em corações que se diziam preparados para a chegada do Messias, mas quem poderia sinalizar a realidade desses mesmos corações, batizando-os com o Espirito Santo era somente Jesus.

O batismo de João representava, o batismo de Jesus evidenciava.

Assim são os rituais da nossa religião, Representam, aquilo que pode ou não ser a realidade de nosso coração.

Quantos são batizados sem real arrependimento?

Quantos praticam a confissão da fé, mas não a vivem na realidade de seu dia a dia? Quantos celebram a ceia do Senhor sem discernir o corpo de Cristo?

Quantos cantam e choram em momentos de louvor, mas seu culto pessoal não existe?

Quantos ofertam seu dinheiro, mas escondem grande ganância em seu coração?

John Stott, em seu livro Contracultura Cristã (p.66) diz:

O hipócrita realiza seus rituais “com o fim de ser visto pelos ho­mens”. O verbo grego é theathènai. Isto ê, estão em um teatro, representando. Sua religião é um espetáculo público. O ver­dadeiro cristão também está consciente de que está sendo obser­vado, mas, para ele, o auditório é Deus.

João, está sinalizando que a era da superficialidade acabou, pois a partir da chegada do Messias, mais do que nunca, os corações devem acompanhar as atitudes. Os rituais se tornam vazios caso não retratem a realidade de vidas que desejam a transformação que só pode ser feita pelo Cristo.

Os menos esforçados em andar com Jesus, preferem o caminho medíocre da desvalorização dos sacramentos. Pensam que é melhor não se batizar, mas na verdade não querem o compromisso evidenciado pelo mergulho nas águas. Outros não aparecem na comunidade no dia da celebração da Ceia do Senhor, se reconhecem pecadores, mas não abraçam a graça de Deus.
E ainda há muitos que tratam da mesma maneira as demais ações e ritos que fazem parte da vida cristã.
Não há dúvida de que mediocremente se apequenam e fogem da linda e profunda caminhada com o Cristo e não entenderam que não se deve desprezar os ritos que demonstram o que carregam os corações, deve-se equacionar a realidade interior a tais ritos.

A expectativa de Jesus é que o que fazemos seja reflexo de quem somos.

Que a representação exterior seja a demonstração pública do que agora é nosso desejo e realidade interior.