Mateus 7:13 -14

Jesus disse: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” 

Não quero entrar pela discussão do caminho estreito ou espaçoso, mas a afirmação de Jesus me ensina que sempre existem dois caminhos antagônicos em nossa frente. Bom e mau, certo e errado, pior e melhor, chame como você quiser. Mas é certo que em cada momento de nossas vidas eles estão lá, prontos para você escolher um deles.

Escolher é da vida. Aliás, o ato de não escolher já é uma escolha. Ou seja, vou escolher um deles, inevitavelmente. E penso que muitos conseguem a façanha de encontrar o caminho mau dentro do caminho bom. Isso é incrível, mas possível.

Vamos pensar em boas escolhas: Um emprego honesto, cuidar da família,, ter saúde, estudar, etc… Todas essas coisas são boas escolhas, ou bons caminhos. Até me parece redundante citar algumas, mas, como dizia Janires: “do jeito que o mundo vai, não passa do ano dois mil…”, ou seja, a coisa está tão ruim, que o óbvio, deixa de ser óbvio. Então vamos pelo básico.

São boas escolhas, bons caminhos, mas essa capacidade de escolher o errado, que o homem tem de sobra, consegue levar as pessoas a, dentro dessa boa escolha, encontrar uma porta má.

É o amigo que começou em um emprego bom, honesto e descente. Chegava à casa todo feliz levando seu rico dinheirinho para sustentar sua amada família. A coisa foi crescendo, ele foi progredindo dentro daquela estrutura. Já não bastava o horário normal, precisava se doar mais. Precisava aparecer mais. Precisava se comprometer mais. Então vieram as pressões por resultados e a coisa ficou pior ainda. Sair com o chefe para o Happy Hour era obrigatório. Levar trabalho pra casa virou rotina. Apesar de a esposa alertar que os filhos tinham suas atividades, ele não conseguia acompanhá-los. A própria esposa foi ficando de lado. Ele achou que ela entenderia. Afinal a porta estava aberta e ele não podia desperdiçar essa chance profissional. O fim dessa história, você já sabe. Ele encontrou um caminho mau, dentro de um caminho bom.

E o conhecido do bairro. Esse sim cuidava da família. Como diriam meus amigos nordestinos: Pense num homem família!  Era esse. Acordava cedo, fazia o café e levava os garotos na escola todos os dias. Todo o dia afirmava: Eu sou o homem da casa! As responsabilidades e os pesos eram carregados por ele, tanto os físicos quanto os emocionais ou financeiros. Gostava de cuidar, de ensinar, de ser o cabeça e ter o controle de tudo. Ele mandava, ele escolhia, ele cuidava, ele decidia, ele era o pilar daquela casa, como ele mesmo gostava de afirmar. E ai daquele que não aceitasse isso. Aprendeu que a rebeldia vinha do diabo. E que os filhos deviam ser criados na base da vara. A esposa, essa era submissa! E só! Foi chamado a delegacia da mulher algumas vezes, mas só pra prestar esclarecimentos de fatos corriqueiros. Afinal, ele era o homem da casa. Ele encontrou um caminho mau, dentro de um caminho bom.

E ainda tem a história do fulano que se converteu. Era perdido mesmo, desses sem reserva. Fazia de tudo que o diabo gosta. Mas Deus o alcançou, escutou um pastor pregando numa praça, anunciando Jesus de um jeito que ele jamais ouviu. Foi uma coisa de outro mundo. Chorou como criança e colocou pra fora tudo que tinha naquele coração. Coisas escondidas que só Deus mesmo podia saber. Uma transformação completa.  No domingo, já estava de terno na igreja. Deu testemunho e tudo mais. E a coisa cresceu, foi convidado pelo pastor da igreja do bairro vizinho e no outro domingo também. Não passou muito tempo estava na televisão e na radio de umas dessas grandes igrejas. Foi uma comoção geral saber o que Deus tinha feito na vida daquele homem. De repente, começou a entender que se falasse Aleluia muitas vezes, o povo gostava. Que tinha um jeito de colocar a voz que era a ferramenta certa para que as palmas aparecessem e que se gritasse muito e chorasse no final, o céu vinha abaixo. Oh Glória!! E foi-se. De igreja em igreja. Mas não entendia porque no começo era bom e depois foi esfriando. Já não era tão verdadeiro, não era tão profundo, não era mais… E, apesar de não ter os antigos amigos por perto, agora tinha outros que ensinaram que o que vale é a aparência. Disseram uma frase que ele nunca mais esqueceu: Deus sabe do seu coração! Voltou a fazer as coisas de antes da conversão e até mais, mas entendeu que o show deve continuar. Ele encontrou um caminho mau, dentro de um caminho bom.

E a historia que ouvi sobre uma senhora quarentona que despertou para a saúde.  Ouviu que depois dos quarenta o corpo perde massa muscular. Então, direto pra academia. Gostou tanto que tentou levar a família toda. Mas ninguém se empolgou. Só ela. Religiosamente as 18h estava se alongando, depois na esteira, depois fazendo braços, depois pernas e por fim outro alongamento pra relaxar. Sentiu a diferença nas primeiras semanas. O personal trainer insistiu pra que ela começasse a cuidar das coxas, pernas e até do bumbum. Claro que cuidar do resto também era importante, então, mais cabeleireiro, mais roupas da moda, mais jovialidade. Ela percebeu que estava “remoçando” e ficou muito empolgada. E sabe o personal malhadão? Mostrou-se interessado nela. E ai.  Ela encontrou um caminho mau, dentro de um caminho bom.

Bem, as histórias são muitas e o fim de todas é quase sempre o mesmo. Decepção, amargura, tristeza e um grande sentimento de desperdício.

Algumas perguntas são freqüentes, tais como: Porque eu fiz isso? Como me permiti escolher esse caminho? Será que agora tem jeito?

Alguns conseguem voltar ao bom caminho. Alcançados, como sempre somos pela Graça de Deus que está além do que pensamos e entendemos, mas freqüentemente os estragos são grandes. Famílias destruídas, carreiras perdidas, vidas machucadas, amores rompidos e destruídos porque se escolheu o caminho errado.

Que o Espírito Santo tenha chance de nos alertar sobre os maus caminhos e sejamos livres de todos eles.